terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Quem sou eu?

Eu, Núbia de Cássia Batista Rocha dos Santos, nasci em de São Gabriel, Bahia em 25 de junho de 1972. Lembrar-me do passado, em especial da minha vida, é algo que me traz muita alegria e saudades. Alegria, por estar junto com minha família que é parte fundamental da minha existência e que teve uma contribuição muito grande na minha formação como ser humano. Foi quem me proporcionou os primeiros contatos com a linguagem, ensinando-me as primeiras palavras, os primeiros gestos, os primeiros passos, os primeiros traços da escrita, enfim, foi na família que encontrei a base fundamental para chegar a onde estou hoje. E saudades por lembrar-me da infância bem vivida, tive momentos riquíssimos quanto à linguagem que toda criança conhece que é “o brincar”, pude viver intensamente essa fase, brincando de salve-latinha, bandeirinha, amarelinha, cantigas-de-roda, esconde-esconde, jiribita, baleada, bila, bandeirinha, cobra-cega, pular-corda, era uma infinidade de brincadeiras que marcou positivamente minha infância e que contribuiu para minha formação como ser humano.

Quando comecei a vida estudantil não foi nada fácil, pois a professora Jandira era linha dura, e a única coisa que conseguiu fazer com os seus métodos de ensino foi fazer com que todos os alunos sentissem medo dela, pois sua linguagem verbal e gestual era assustadora. Ela era muito grossa e colocava os alunos no castigo por qualquer coisa, e ainda batia em alguns com a palmatória (instrumento feito de madeira), isto acontecia quando alguém não conseguia fazer determinada atividade. Na escola não tinha cadeiras para os alunos, os mesmos tinham que levar um tamborete de casa para sentarem e todos escreviam com o caderno sobre as pernas, pois também não havia mesas. Muitos alunos sentavam no chão, pois os mesmos não tinham cadeiras nem tamborete para levar à escola, a mesa da professora era um balcão velho, caindo aos pedaços. Pela estrutura do ambiente, parece que ali funcionava antes da escola uma espécie de “venda” (local onde vendia de tudo).

Nos anos seguintes fui superando aos poucos o trauma vivido na primeira experiência escolar, tive professores que não deixaram saudades, mas tive também professores maravilhosos que usavam varias formas de linguagens para ministrar suas aulas, em especial a professora Belinha que deixou em mim marcas de encantamento, por sua maneira extrovertida e “mágica” de ensinar, pois ela tinha grande facilidade em fazer seus alunos aprender, e tudo na sala de aula era motivo de muita alegria.

A música nesta época foi muito presente, tínhamos pequenas melodias para tudo: ao chegarmos à escola, havia a música de entrada, outra na hora da merenda, outra para lavar as mãos, música para saudar um visitante, agradecer a visita, música que homenageavam as crianças, música para aprender a tabuada, outra que finalizava as tarefas do dia...

Estas músicas tiveram uma importância muito grande, quando fizeram parte do meu cotidiano nas primeiras séries do ensino fundamental, a professora procurava anexar ao currículo escolar músicas folclóricas, de domínio popular e datas comemorativas, isto com o objetivo de motivar a aula, estimular a imaginação e a fantasia e socializar os alunos. Acredito que a música seja uma ferramenta usada como ponto positivo nas escolas, pois poderá propiciar o enriquecimento e ampliação do conhecimento em diversos aspectos.

O professor Eliziário, foi magnífico na disciplina de educação artística, pois ele não tinha formação acadêmica para a área e sabia desenhar e pintar divinamente, e através desta linguagem ele se comunicava muito bem, pois ele reproduzia nas telas belíssimas paisagens relacionadas à natureza.

A linguagem está presente em minha vida muito antes do meu nascimento, pois segundo relatos da minha mãe, ainda em seu ventre ela cantava para mim e havia uma verdadeira troca de sentimentos. Ao nascer fui descobrindo o barulho externo, a voz da minha mãe, do meu pai, as músicas de ninar, tudo era uma forma de comunicar-se comigo, e esta comunicação, esta linguagem foi construindo a minha identidade.

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