terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Leitura e Linguagens

Décio Pignatari comenta em um de seus livros que a explosão de informações dos tempos atuais vem seguida de uma outra explosão, a da linguagem. A rapidez que nos chega as informações é tão grande, que é necessário a criação sequentemente de novas linguagem: na televisão, no cinema, no transito, na arquitetura, na publicidade, na informática, na literatura, enfim em todos os códigos de linguagem do nosso cotidiano.

Esses novos signos vão surgindo e é fundamental aprender a ler e decifrá-los se quisermos assegurar nossa individualidade, nossa liberdade de escolha num mundo cada vez mais dominado por imposições de valores. Uma simples caminhada por uma rua movimentada de uma cidade grande é suficiente para observarmos a infinidade de informações a serem lidas: Placas publicitárias, roupas, calçados, muros, ou até mesmo a leitura de um antigo prédio, observando atentamente suas linhas, suas cores, a forma e a provável data de sua construção, relacioná-lo com outras construções, supor o motivo pelo qual este foi construído ali, é uma leitura infinitamente rica, pois esta inscrita no nosso cotidiano. A leitura de um prédio é tão importante quanto à leitura de um livro, de um filme, do céu, de um vestido, de uma novela, de um mapa, um traço de dor ou de alegria do rosto de alguém.

É importante saber que enquanto indivíduos inseridos num determinado contexto histórico, entende-se que sua sobrevivência não depende apenas da sua capacidade de leitura de palavras, mas da sua firmeza enquanto leitores de outras linguagens.

Embora tudo possa ser lido, há algumas diferenças, por exemplo, a leitura de um livro requer que o sujeito seja alfabetizado, capaz de identificar signos escritos, de outro lado, as linguagens não verbais, cujo acesso está disponível a todos. E existe um outro terceiro grupo onde palavra e imagem se comunicam, como no cinema e nos outdoors.

Cada leitura pede seu ritual próprio. Ler um romance não é a mesma coisa que ler um poema ou uma noticia de jornal, da mesma forma, não é a mesma coisa assistir a um filme no cinema ou a uma novela na TV. Os rituais de leitura nos mostram que cada texto, palavra ou imagem, é um recorte no plano mais amplo da linguagem, e pede uma leitura especifica.

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